Os Vermes

Quem são vocês que me temem tão vorazmente? Quem são vocês que me espreitam? Sou tão importante assim que preciso de olhos alheios a seguir meus passos? Sou tão intocável que é preciso que me castrem? Tentem, é um desafio!

Quem são vocês, seres sem nome nem alma, que vivem a vida de migalhas dos mais alheios? Quem são vocês que fazem de mim um ícone? Quem são vocês que me perseguem velados, com medo que eu os perceba. Ignóbeis. Percebíveis! 

Quem são vocês que acham que podem me assustar? Quem são, tão especiais, que pensam que sua presença me afeta? Quem são, pobres coitados, tementes, atormentados, que não conseguem ver de mim quem sou, mas apenas a ameaça que devo ser. Minhas víceras os amedrontam!

Ameaça, sim, as suas vidas sóbrias, regradas e discretas. Vidas sem vida, sem uso, sem dom. Vocês são apenas parasitas, a sugar a seiva dos que vivem verdadeiramente. E eu vivo, eu sou, eu estou! Existo! Isso os ameaça? Pena!

Sou o que vocês todos, vermes, jamais ousarão ser. Sou absoluta, sou plena. Sou sangue, sou gozo. Sou ânsia, sou meta. Sou conquista. Sou livre!

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