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Mostrando postagens de janeiro, 2012

Homens Fáceis

Ouvimos, por séculos a fio, que mulheres devem se resguardar. Devem ceder apenas ao marido, jamais expor sua sexualidade ao mundo. Ouvimos, não é verdade? Que mulheres são de dois tipos: as respeitáveis e as fáceis. Por fácil entenda-se aquela que não tem medo de suprir seus desejos pessoais. Mulheres fáceis são aquelas que fazem sexo com quem querem. Essa é a teoria ainda hoje defendida. Mas, e os homens fáceis? Alguém já ouviu falar? Não, nem eu tampouco, apesar de conhecer vários! Homens chamados garanhões são fáceis. Homens que acham que podem “pegar” as mulheres que quiserem são fáceis. Homens que acham que estão no controle, na verdade, são fáceis. Homem fácil é aquele que está ali, pronto para o sexo a qualquer hora que você quiser. Ele está disponível, ele abre mão de qualquer outro programa. Basta você estalar os dedos – e ás vezes nem precisa tanto – para que ele comece a tirar as calças. E esses homens tão viris e disponíveis, esses a gente não respeita. Da mesma forma que e

O Poder da Cerveja

Veja você o poder da cerveja. É só pensar nela, num dia quente como o de hoje, que o humor já melhora. É só pegar a lata ou a garrafa geladinhas que o cansaço parece que some por mágica. É ver o copo suando com aquele milímetro bem cortado de colarinho pra ficar com uma sede do cão.   Veja você, que poder. O poder de poder abrir um sorriso largo ao primeiro gole. E o primeiro gole é sempre mais de um. E aquela exclamação que vem em seguida inundar a boca, seguida de pura sensação de felicidade.   Depois de um dia cansativo, pensativo, labutado, nada mais vale que esse pão líquido tão bem resguardado, esse dourado que cai no copo ou se esvai direto do gargalo para regalo do paladar. Regalo do pensar, dos sentidos, dos instintos! É isso! Cerveja é a felicidade enlatada – ou engarrafada, pra quem prefira! Seja no boteco de mesa de latão ou no happy hour chique do escritório, na sacada de casa ou na beira do mar. Feliz daquele – de nós – que pode desfrutar de tal companhia neste

O Fim da Festa

Certo que toda cerveja esquenta, que toda orgia enjoa, que toda festa tem um final. Sejam estas fatalidades devidas à luz do sol ou à luz das viaturas! Fato é que tudo acaba em algum momento! Não adianta discutir com o síndico ou terminar com a namorada. Tem uma hora em que você tem que baixar o som, acender a lâmpada e apagar o cigarro. Abrir as cortinas até é opcional. O raiar do novo dia vai chegar, mais cedo ou mais tarde, e você vai ter que se dar conta de que a sua festa acabou. Os convidados já se foram, reclamando ou carregados, depende do apego aos goles. Até o gelo derreteu nas forminhas. Já era! Certo que agora você precisa de um banho, de um lençol, de um banheiro pra vomitar. Mais certo ainda é que a ressaca vai te acompanhar pelas próximas horas depois do sono. Certo que o tédio vem pra te fazer companhia. Não se desespere, você que está nesse fim de ciclo – assim como eu, que acabei de abrir as cortinas. Cada um de nós tem a noitada e a ressaca que merece. A

"Rasa"

Poema lindo que meu amigo Luciano Cilindro de Souza fez pra mim!!!  Rasa Rasa fêmea seduz, convida como laguna em continente Como enseada cristalina de ilhas desertas Inspira deleite do pé na areia fria, e na praia quente Diz que na incerteza do mundo há coisas certas. Que posso ver refletido, qual película de cinema Nas ondulações misteriosas desta Rasa gente, mulher expressiva Senão fugidias imagens de homens ideais, travestida Helena Rosto de fêmea em mim, que foge em cardumes, dança de água-viva? Quem deseja à essa enseada translúcida o mar profundo Se com pouca habilidade, sem precisar prender o fôlego, sem se afogar Pode caminhar sobre a praia azul, em coral sólido e fecundo Quem troca perigo de marola, espinho de ouriço, por abismos do mar? Não desejaria desejar teus longos cabelos, teus seios duros e perfeitos Como desejo músculos de peito hirsuto, fio de muco em falo duro Pois o que alcanço em ti, Rasa mulher de póéticos efeitos Só vai até a imersão do j

Meu anjo dorme

Meu anjo está dormindo. Bela como o afago dos deuses. Dorme o sono dos inocentes, enquanto a vida vai desavisada sobre o caos. Meu anjo está dormindo sem ter conhecimento destas linhas maltraçadas que não lhe fazem jus. Dorme na pureza do tempo. Sonhando, quem sabe, mais que qualquer um de nós. Meu anjo está dormindo, plena e pura dos apegos do mundo. Livre que é dos algoses das palavras. Ela que, ainda hoje, pela primeira vez, juntou B com A e leu "BA". Meu anjo que dorme, prestes a peder a inocência e aprender a formar palavras!

Dores D'Alma

E é esta. Uma dor que me dói, um tanto quanto assim. Uma dor que me dói, que arde e que lateja. Uma dor que uiva, que me corrói alma. Que me corrói sangue. Que me guarda forte, essa dor que me dói. Me disseram outro dia que não sei ser profunda, prolixa, profana. Me disseram outro dia que sou assim, rasa. Me gritaram em silêncio que sou menos, que não sou tanto. E que essa dor que me dói é menor! Eu, daqui, vos digo. Sei ser profunda, sei ser pedante, sei ser magnânima. Só não o sou, pois ofuscaria o brilho daqueles por quem me doo. E isso não preciso fazer. Basta que me doam essas dores d'alma. Basta que eu, rasa que sou, romancista que sou, me banhe em minhas próprias águas, quão rasas ou profundas sejam. Porque, se minhas palavras não os ferem, caríssimos, não os arrebatam, que pereçam a si nas palavras de outros. Eu, que sou rasa e dolorida. Se não me quiserem acompanhar na dor, pois bem, vão em busca de outros rios. Estes daqui são rasos, porém perversos.  Não