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Mostrando postagens de março, 2014

Eu não uso minissaia!

Recentemente, um amigo que, apesar de virtual, eu prezo muito, divulgou uma estatística que dizia que 42% dos brasileiros aceitam que uma mulher seja atacada sexualmente porque usa minissaia. É bem isso, parece loucura. Mas é isso. As pessoas no Brasil aceitam que uma mulher seja insultada, agredida, estuprada. A razão? Ela veste roupas bonitas, sensuais. Não sei quanto a vocês, mas eu me sinto depenada! Sim, uma mulher é mais fraca que um homem, fisicamente. Excluindo desse páreo minha amiga Rita de Cássia! O fato é que não é por isso que somos menores ou menos importante. Não, isso é um erro. A vida toda ouvi de minha mãe que deveria ser bonita, vistosa, sensual. Ta, eu nunca consegui, mas era essa a regra. Pra ser uma mulher de fato, seja sexy. Caso contrario, nenhum homem olhará pra você. E, hoje em dia, tipo 25 anos depois, a regra virou sinônimo de perigo. Seja sexy e você vai ser agredida. Seja sensual e você vai ser abusada. Seja mulher, como ensinaram você a s

Oficina de Criatividade Literária

Quem acompanha o blog sabe que raramente escrevo aos leitores de forma direta. Essa é uma dessas vezes. O tema, entretanto, é estimulante! Desde outubro passado, venho recebendo regularmente emails e mensagens sobre novas edições das oficinas que ministrei em anos anteriores. Como, ultimamente, o tempo é curto e os afazeres tomam boa parte dos dias, decidi atender a esses pedidos de forma diferente. Compilei o material das aulas de Criatividade Literária em uma Oficina Online !  "A OFICINA DE CRIATIVIDADE LITERÁRIA tem por objetivo principal estimular e desenvolver a prática da criação em texto de língua portuguesa, suas características e técnicas próprias, primando pela busca da criatividade textual individual, através de exercícios e conteúdos diversos." A oficina vai funcionar assim:  Serão 15 aulas (módulos) contendo teoria e prática. Muita prática!  Início imediato (assim que confirmada a inscrição). Uma aula por semana (em média). Avali

Temporais

Vozes velozes agitam as ventanias. Enquanto isso, o raio vibra no punho de Zeus, pronto a eletrificar o chão. O carro de Hélio não cruza o manto de Nut. Sobre os cúmulos densos e escurecidos, ouvem-se os cascos das montarias das Valquírias. Haverá heróis mortos e será preciso resgatá-los do solo sangrento. A tormenta se aproxima. Assustadora e violenta, vem arrasar a valentia de qualquer mortal. E os mais bravos correm e se escondem com medo do vento que murmura, lamenta, canta sua canção funesta. As velhas despejam sua ladainha de sortilégios na tentativa de afastar a força do tempo. Nada adianta, todavia. Cada qual sabe que é preciso cautela. Até os mais jovens e impetuosos se encolherão sob suas camas, apavorados. Cascatas descerão do céu e arrastarão palha e pedra. As Fúrias estarão soltas, nenhuma culpa passará impune ao julgamento de Anúbis. E só depois da tormenta satisfeita o sol voltará a brilhar. Só depois de devorar a vida da terra a fome das águas deixará o azu

Apenas meu!

Não! Eu não sei. Eu saberia se fosse coisa casual, ocasional, passageira. Eu saberia se fosse efêmero, discreto, apático. Mas não é. É dinâmico, é mágico, é inenarrável. Esse sentir mais tátil do que a camada racional admite. Eu sei, lá no íntimo, que é algo mais que especial. Sei que é! É quando esse cara me olha... é quando eu vejo a diferença nesse olhar. Ele, antes, olhava com distância e frieza. Esse deslocamento intemporal, aos poucos se tornou claro, íntimo, mais que a intimidade real. Esse jeito que ele me olha é tudo... a intensidade toda, tao absoluta,  não é normal. Não, não tem homem no mundo – no universo – que me tenha olhado assim. Ele é tão intenso, que eu sei cada palavra que ele não diz. Eu entendo cada reação. A aparente apatia é mera distração. É para os incautos. Não para mim. Eu sei, eu vejo! Eu sinto o “eu te amo” nas entrelinhas, nos sorrisos não tão fáceis. Eu vejo que esse homem me vê inteira. Ele vê cada defeito, virtude, diferença, semelhança. S

Estive pensando...

...Sobre nós. Não leve a mal. Não ligue. Releve. Só estive pensando. Você sabe que pensar é uma coisa que faço bem. Basta que exista o momento, o motivo, a motivação. A mente voa livre por entre os jardins. Eu e minhas alegorias. Enfim... andei pensando sobre nós. Comecei pelo básico. Lembrei. Lembrança, você sabe, é a base do pensamento lógico. A equação que junta emoção com conhecimento acumulado e resulta em limitadas probabilidades de percepção da realidade vivida. Ou seja, memória. E eu lembrei de nós dois. Muito tempo antes de sermos “nós dois”. Você lembra? Eu era a discípula ávida por conhecimento. Você, o cara que sabia mais que todo mundo. Um magricelo caladão que dava medo de olhar de frente. Faz tanto tempo, mas creio que não mudamos muito. Ainda sou quem te ouve e te contesta. Você ainda é aquele mago que me fascina. A diferença é que, hoje, aquele mago é o meu mago. E eu não sou sua aluna, sou sua seguidora. A diferença são dez longos anos, ou quase isso! A d