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Mostrando postagens de maio, 2015

Ciúmes

Vi um pequeno lampejo de ciúmes nos olhos dele. Ganhei o dia, o mês, o ano! Medíocre é a mão que alimenta o ego. Essa fagulha insensata de soberba infinita. Mas assim é o existir humano. E eu que sou nada mais do que dimensional... gostei! Vi aqueles olhos negros saírem da zona de sombra e o sorriso trincar a face sinistra num misto de deboche e cólera. “Quer brincar comigo?”, me dizia aquele sorriso mudo. “Tem certeza?”, os olhos faiscantes ecoavam. “Talvez eu queira.”, respondeu meu ímpeto. Mas, calei meus lábios. Nada disse que ele já não soubesse. E o que eu disse, as entrelinhas engoliram. Eu tinha feito a Esfinge rosnar! Isso, por si só, já era o bastante! A mente analítica lembrou do Belo ameaçador e o uniu ao relato etéreo, literato. Fez-se a chama que incendiou o espírito tão equilibrado. Pronto. O que eu via naqueles olhos neutros era tudo, menos apatia. Ele reagia, embora as palavras comedissem. Eu quase via a mente maquinando e a adrenalina a dar choques no plexo.