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Mostrando postagens de fevereiro, 2016

Marionetes

Cansei de desfazer, cansei de refazer. Cansei de procurar, meu bebê. Hoje me pego só recolhendo os cacos que, porventura, desgrudam da face esfacelada e caem no chão. Vamos voltar ao tempo da poesia, então. Vamos fugir para o mundo da fantasia. Que tal? Lá onde eu e você possamos ser qualquer anjo, qualquer monstro, nós mesmos. Acontece que também perdi a habilidade de abrir o portal por trás do espelho mágico. Você ainda a tem? Todas as regras e normas que enraizaram em mim me tornaram menos luminosa. E você sabe que só esse brilho do pó das fadas faz a roda funcionar. Engrenagens emperram quando não são usadas. Uma lástima isso. Agora, todas aquelas máscaras que vestimos ao longo dos anos incontáveis parecem ter-se fundido. Já não é possível tirar. Não é possível despir. Nossa nudez já não é fantástica, já não cativa nem encanta. Incrível como ficamos assim, tão engessados. Nos deixamos moldar. Bonecos de cordas cujas cordas não se movem por pura falta de mãos a conduzi-las. M