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A febre do artista

Há momentos em que eu invejo a placidez das pessoas comuns, daqueles indivíduos ordinários e sequenciais que, mediocremente, levam suas vidas dia após dia da mesma forma e modelo. Invejo a paz que o não-viver traz a essas pessoas. Invejo o ordenamento constante do cotidiano sem solavancos. Todo artista tem em si a febre do mais-além. São criaturas miseráveis que jamais se contentam com o cadenciamento dos dias normais, dos meses iguais, dos anos constantes. Artistas são incontentáveis por natureza. Nada, absolutamente nada, os satisfaz por mais que poucos instantes. Nem as mais bravas conquistas ou os sonhos mais difíceis de realizar são álibi para parar sua busca. Felicidade é matéria tão volátil quanto a satisfação. Sim, eu sou artista. Artista da invulgar, magnânima e rompante arte da escrita. Diferente de meros mortais causais, minhas vidas – sim, são várias – entremeiam-se de aventura, romance, dor, sofrimento, fantasia, ação, mistério, drama e de tudo mais que não cabe na